
Mão de obra e topografia são as principais dificuldades das usinas da região contra o significativo rendimento agrícola e modernização de sistemas de produção
Com área ligeiramente maior que a do Haiti, Alagoas ocupa mais de 27 mil quilômetros quadrados de terra, mas, atualmente, só cultiva 440 mil hectares de cana sem possibilidade de expansão. Já chegou a ter mais de 30 unidades industriais e hoje conta com 24 usinas em operação, sendo duas paralisadas em razão da escassez de água.
O Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Alagoas (Sindaçúcar) foi um dos pontos a ser visitado. Tercio Dalla Vecchia, idealizador do Projeto e CEO da Reunion Engenharia conversou com o Sr. Alfredo Cortês, assessor geral da presidência, fundador da entidade de classe dos industriais, coordenador, diretor e depois fundador da Açucal – entidade dos usineiros, mais tarde incorporada ao Sindicato.
De acordo com Cortês, “tecnologicamente e verticalmente, Alagoas sempre esteve à frente do Nordeste como maior produtor de etanol, de cana e de energia renovável”. O assessor contou ainda que o Estado possui uma estação experimental de cana localizada na Serra do Ouro onde se produz muitas variedades interessantes, inclusive algumas existentes no Sul do país.
De posse da maior unidade produtora de cana, açúcar e energia do Nordeste, a Usina Coruripe Matriz em Alagoas integra o Grupo Tércio Wanderley, que conta ainda com quatro unidades industriais em Minas Gerais: Filial Iturama, Filial Campo Florido, Filial Limeira do Oeste e Filial Carneirinho, além da Coruripe Energética. Juntas são as que mais produzem açúcar e álcool em todo o Norte e Nordeste brasileiro.
Para Cortês, um dos gargalos recorrentes na região é a falta de mão de obra qualificada e topografia irregular. “A topografia na região Norte do Estado é o maior problema, diferente da região Sul, cuja topografia é plana, onde chamamos de tabuleiros e permite a utilização de colhedora de cana”.
Usina Santo Antonio – Outra região visitada pelo ‘Cantões da Cana’ foi a Central Açucareira Santo Antonio, a segunda maior Usina do Estado de Alagoas. Com área total de 20 mil hectares de cana, apenas 38% da área é plana (são planas), sendo o restante acidentado.
A Central Açucareira Santo Antonio possui canaviais próprios, conta com as áreas de seus acionistas, precipitação pluviométrica suficiente para as necessidades dos canaviais, o que permite a obtenção de uma boa produtividade agrícola.
De acordo com o superintendente da Usina, o Sr. Cláudio Cavalcante, o rendimento agrícola é muito alto, sempre acima de 82 toneladas por hectare. Ele atribui esse rendimento a dois aspectos: o cuidado com o trato e adubo da terra, já que a predominância de chuva é maior que na região sul.
“Estamos trabalhando para trabalhar com eficiência e acompanhar as perdas, ou seja, onde estão essas perdas, identificá-las e quantificá-las para assim buscarmos melhor eficiência”, descreveu.
Em mais de 50 anos de atividades, o esforço para modernizar os sistemas de produção e controle tem sido uma constante. O aperfeiçoamento do capital humano mediante treinamento e adoção de práticas modernas de trabalho, a renovação dos equipamentos de todos os setores, com particular ênfase à automatização, e o uso de sistemas informatizados de gestão, são prioridade absoluta.
Além de produzir açúcar para exportação e para o mercado interno, bem como álcool combustível e para uso industrial, a Usina Santo Antonio se destaca pela peculiaridade de ser a única usina alagoana a produzir álcool extraneutro, próprio para fabricação de bebidas e cosméticos. Sua produção alcooleira é destinada não somente ao mercado interno como também à exportação.
A Expedição ‘Cantões da Cana’ é viabilizada por empresas que acreditam neste Projeto e conta com os parceiros: Run Time, Maubisa, Alvenius Metalcoating, Bortolot, JornalCana, BIO&Sugar, CEISE Br, Raízen, JSM Comunicação e Mr. Veggy.